segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Veja os pontos de Salvador que você deve visitar antes do 'Fim do Mundo'


fonte: http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-1/artigo/veja-os-pontos-de-salvador-que-voce-deve-visitar-antes-do-fim-do-mundo/


O mundo acabará no dia 21 de dezembro, segundo com o calendário maia. O CORREIO preparou uma lista de coisas que você deve aproveitar em Salvador antes do fim dos dias, apesar de, em alguns lugares, parecer que o mundo já era


Não haverá mais Verão em 2012, nem Inverno em 2013.  Na verdade, não vai ter mais casas, prédios, natureza, nada. Tudo sucumbirá para o centro da Terra. Na verdade, o mundo vai acabar no dia 21 de dezembro de 2012. Pelo menos é o que diz a profecia milenar do povo maia.
E já que o mundo vai acabar, que tal  começar a se despedir dos lugares mais bonitos de Salvador? O CORREIO listou 30 pontos de visita obrigatória, apesar de, em alguns deles, de tão mal cuidados, parecer que o mundo já acabou.
Única reserva de Mata Atlântica em área urbana do Brasil, o parque São Bartolomeu, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, por exemplo, é um convite ao contato com a natureza. Mas não ouse tomar banho nas cachoeiras, que estão tomadas pela poluição.
“Isso aqui é uma beleza que só, mas o fim do mundo já chegou nas cachoeiras que eu tomava banho direto. Hoje não dá pra fazer isso”, conta a diarista Carla Souza, que mora em Plataforma e costuma frequentar o parque para pegar folhas para banhos e chás.
Se o mundo realmente acabar, algumas despedidas não poderão acontecer de forma completa. É o caso do Forte São Marcelo, que está fechado desde o ano passado, e do subsolo do Mercado Modelo, onde há túneis que eram usados para esconder escravos e também guardar mercadorias. A fortificação ainda pode ser fotografada de longe, mas o subsolo do mercado está em reforma há dois anos.
“O passeio para o Forte São Marcelo era uma das coisas mais bonitas da Baía de Todos os Santos. Hoje não dá mais para fazer isso. Só por foto”, diz o monitor de turismo Cláudio Andrade. Saindo do Mercado Modelo, a pedida é subir o Elevador Lacerda (mas vai ter que ter paciência para esperar na fila já que muitas vezes só duas das quatro cabines funcionam).
Depois, é hora de se despedir dos sabores tradicionais do Pelourinho. No bar O Cravinho, no Terreiro de Jesus, a despedida alcoólica tem sabores naturais da cachaça. “Aqui temos 38 sabores de cachaças feitas com infusão de madeira”, conta a gerente do bar, Meire Gomes.
O vendedor ambulante Diogo Dias, que trabalha no Pelourinho e é cliente assíduo do bar, diz que o mundo dele acaba todo final de semana. “Venho aqui e tomo uns dez copinhos desse de cachaça. O mundo acaba direto porque quando chega em casa a mulher reclama e faz a casa cair”, brinca dizendo que já que o mundo  vai acabar irá no cravinho todos os dias até 21 de dezembro. “É pra se despedir direito”.
Outro lugar onde a despedida será a boemia é no Rio Vermelho, tradicional bairro da diversão em Salvador. Religiosa, a publicitária Edna Reis lembra do outro lado do tradicional bairro. “Aqui é a casa de Iemanjá. Se o mundo vai acabar mesmo, é melhor botar umas flores pra ela”, diz.
Pôr do sol 
Numa cidade litorânea nada mais justo do que se despedir do pôr do sol. Ver o sol cair na ponta de Humaitá é o momento mais prazeroso da vendedora ambulante Vanuza Santana, que trabalha no local há dez anos. “Se isso aqui acabar vai ser uma pena. Já está meio esculhambado porque as pessoas não cuidam e jogam muito lixo e ninguém vem pegar”, argumenta.
No Porto da Barra, o sol se põe de forma tão única que sempre merece palmas de quem o admira. “Aqui tem o melhor pôr do sol do mundo. É irresistível não saudar esse sol com palmas”, diz o turista paulista Rubens Dias. Ao sair do Porto da Barra só tenha cuidado com as baratas que estão fazendo a festa nas saídas dos esgotos e do lixo acumulado.
De acordo com os maias — civilização que ocupava a América Central antes da chegada dos espanhóis —  a cada  ciclo de 5 mil anos o mundo se acaba em função de uma catástrofe. O dia 21 de dezembro de 2012 é o fim desse ciclo no calendário que os maias seguiam. Haverá catástrofe desta vez? Não se sabe. Na dúvida, faça o melhor proveito possível da lista.
Porto da Barra  
A praia é uma das mais belas do mundo e o pôr do sol é único, mas o lixo acumulado na calçada no final do dia parece presságio do fim do mundo

A praia do Porto antes e depois do pôr do sol - os dois lados da moeda
Barra O bairro tem dois dos principais cartões- postais da cidade: o Cristo e o Farol, mas  às vezes aparecem até ratos mortos.
Farol da Barra em dia nublado com poucos visitantes
Mirante de Plataforma 
Uma das mais belas vistas, principalmente à noite. O lugar, porém, não tem estrutura e frequentadores reclamam de insegurança. Fica na beira de uma encosta que está cheia de lixo.
Trem do Subúrbio 
Por R$ 0,50,  você faz o trajeto onde é possível fotografar belas paisagens do Subúrbio, mas quando chega no Lobato tem que descer do trem e pegar um ônibus até Plataforma para seguir de trem até Paripe.
Ribeira
Calçadões reformados e normalmente limpos. Além disso, é impossível resistir ao tradicional sorvete.
Avenida Beira-Mar  (atrás da Igreja do Bonfim).  
O melhor escondidinho de carne de sol da região. A paisagem permite uma visão tranquila (abaixo) dos barcos de pesca ancorados no final de tarde.

Na avenida Beira-Mar estão os melhores escondidinhos de carne do sol da região
Pedra Furada (Mont Serrat)  
Tem duas fontes de água doce que servem a comunidade, uma delas na praia.
Âncora do Marujo
Bar da Rua Carlos Gomes que tem shows de homens vestidos de mulher.
Forte São Marcelo 
Só pode ser visto de longe. Há um ano está fechado e os passeios de barco até o forte, suspensos.
Subsolo do Mercado Modelo
O lugar histórico onde os escravos eram “guardados” está sendo reformado sem prazo para reinauguração.
Plano Inclinado da Liberdade 
A vista da Baía de Todos os Santos é linda, apesar do abandono e do lixo.
Museu de Arte Moderna (MAM)  
A vista na Avenida Contorno é linda, mas muitos usuários de drogas ficam no acesso. Há relatos de assaltos.
Cravinho no Pelourinho 
Tem 38 tipos de cachaças em infusão em madeira. Funciona das 10h às 22h. Lá a galera já faz o mundo acabar todo dia quando entorna o caldo, digo, a cachaça, pra dentro.
Parque São Bartolomeu 
A poluição das cachoeiras é o maior sinal do fim do mundo no lugar belo e rico em espécies de vegetais.
Largo da Dinha, no bairro do Rio Vermelho
Rio Vermelho  
A despedida da boemia, sempre pede uma cerveja. Fim do mundo para os frequentadores é a falta de estacionamento e as cozinhas que fecham cedo.
Praia de Buracão, no Rio Vermelho
Para quem curte mar agitado é um bom convite para descarregar energias
Academia ao ar livre em Amaralina 
Aparelhos novos à beira-mar para malhar o corpo. Anda sempre cheio de gente.
Massagens no Jardim de Alah 
durante o dia. À noite,a massagem é dos casais apaixonados.
Farol de Itapuã   
O lugar é lindo, mas moradores reclamam de insegurança e o parque infantil próximo acaba ficando deserto.
Acarajé de Cira 
Há quem julgue ser o melhor da cidade. Sempre com filas e sabor inconfundível.
Lagoa do Abaeté 
Já teve suas belezas merecidamente cantadas, mas  sofre com insegurança.
Dois de Julho
Tradicional sanduíche de pernil é bom de ser saboreado, mas tem que desviar sempre dos pedintes e, muitas vezes, do lixo
Fonte Nova
O templo do futebol baiano talvez não fique pronto antes do fim do mundo, mas os amantes do esporte certamente vão querer dar adeus ao estádio.
Elevador Lacerda   
Um dos poucos ascensores urbanos do mundo, é a marca registrada da cidade, apesar de funcionar muitas vezes pela metade
Av. Sete de Setembro  
Ótimo para bater pernas e fazer compras, mas com paciência para desviar dos vendedores ambulantes e entregadores de folhetos.
Dique do Tororó com algumas pessoas praticando atividade física
Dique do Tororó 
Andar de pedalinho e pescar são as alternativas do Dique. Vale ainda caminhadas no entorno.
Ponta de Humaitá
Apesar da beleza natural e do belo pôr do sol, a  sujeira é constante no local segundo ambulantes.
Parque Costa Azul 
O parque no bairro do Costa Azul está com conservação precária, mas a paisagem é um convite à admiração do mar.
Ilha de Maré   
Tem belas praias, como a de Nossa Senhora das Neves. O barco sai do terminal de São Tomé de Paripe.
Parque de Pituaçu 
Tem belo lago e pista de corrida, mas seguranças contam que há muitos assaltos, principalmente no final do dia.

Salvador enfrenta decadência e abandono


NELSON BARROS NETO
DE SALVADOR

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1194648-salvador-ba-enfrenta-decadencia-e-abandono.shtml

Primeira capital e terceira maior cidade do Brasil, Salvador vive hoje uma disputa entre passado e presente.
Nessa competição, o lugar de cultura e natureza exuberantes, referência nacional de alegria, perde cada vez mais terreno para uma cidade engarrafada, suja e violenta.
Problemas afloram dos bairros de alto padrão à periferia da cidade.
Em dez pontos turísticos visitados pela reportagem, a reclamação das pessoas era constante.
Os diagnósticos ecoavam a análise do antropólogo Roberto Albergaria: a terra romanceada por Jorge Amado e cantada por Dorival Caymmi "está morrendo".
O escritor Antônio Risério também lamenta o novo pessimismo soteropolitano.
Isadora Brant/Folhapress
Vista do elevador Lacerda, em Salvador, região tem vários imóveis que deveriam ser tombados, mas estão abandonados
Vista do elevador Lacerda, em Salvador, região tem vários imóveis que deveriam ser tombados, mas estão abandonados
"Essa postura é recente. Por muito tempo, Salvador ocupou lugar e função de mito no imaginário nacional. As pessoas celebravam isso em termos bem narcisistas. Tinha história, beleza urbana e natural", diz Risério.
O prefeito João Henrique (PP) tem a maior rejeição entre os gestores das capitais (75%), conforme pesquisa Ibope de outubro.
Ele reconhece as mazelas, mas diz que pesquisas são "induzidas" e que é "cultural" culpar o prefeito.
"Pegue grandes expoentes da administração e bote aqui. Quero ver um Beto Richa, um Aécio Neves gerir uma cidade com a penúltima receita per capita das 26 capitais."
Os soteropolitanos e os turistas reclamam: praias estão cada vez mais sombreadas por causa de prédios.
Junto com a especulação imobiliária e problemas no trânsito, o número de homicídios supera o de São Paulo.
No Pelourinho, adolescentes são flagrados fumando crack à luz do dia, entre casarões em risco de desabar.
Editoria de Arte/Folhapress